segunda-feira, 5 de julho de 2010

AQUECIMENTO GLOBAL: a culpa é do homem?

Muito têm-se discutido sobre as mudanças no clima em todo mundo e suas conseqüências para os seres vivos.
Segundo a Teoria Evolucionista, o planeta Terra tem cerca de 4,6 bilhões de anos. Durante esse período geológico, a Terra passou por muitas transformações, desde a união dos continentes (Pangéia – toda a Terra), até o domínio de florestas e animais gigantescos e a elevação e resfriamento da temperatura (Era Glacial).
Vários fatores podem contribuir para aumentar ou diminuir a temperatura do planeta, como as mudanças no relevo topográfico, na radiação por efeitos de meteoros e do vulcanismo, a inclinação do eixo de rotação da Terra, a interferência antrópica, dentre outros.
A elevação de cadeias de montanhas é um processo lento, caracterizado pelo choque entre placas tectônicas. Esse processo dura milhões de anos, porém, a destruição de uma forma de relevo pelo homem, é um processo rápido, e pode provocar mudanças no padrão dos ventos e, conseqüentemente, no regime de chuvas.
A mudança de radiação por efeito de uma grande queda de meteoros ou cometas, pode provocar de imediato, uma grande elevação da temperatura por meio do efeito estufa. A seguir, se a capa de pó for muito espessa, impedirá a penetração dos raios solares na atmosfera, a temperatura baixaria definitivamente e começaria uma glaciação. Outra conseqüência provocada por esse processo, seria a morte de plantas, pois a falta de luz solar impediria a realização da fotossíntese realizada pelas plantas. A falta de plantas provocará a morte dos seres vivos na cadeia alimentar: primeiro os herbívoros, depois os carnívoros e, finalmente, os organismos que se alimentam de carne e matéria orgânica decomposta. É por meio desse processo que se explica a extinção dos grandes répteis que existiram na Terra a milhões de anos atrás.
As mudanças climáticas por efeito do vulcanismo, pode provocar o aumento ou a diminuição da temperatura da seguinte maneira: a atividade vulcânica lança uma grande quantidade de cinza que é lançada na Estratosfera, formando uma camada espessa. Um exemplo disso foi a erupção do vulcão Krakatoa, na Ilha de Sunda, Indonésia, em 1883, que destruiu a maior parte da ilha e contaminou a Atmosfera com suas cinzas por mais de dois anos. O pó das cinzas reflete a luz solar que faz com que seja transferido menos calor para a Atmosfera e menos energia solar seja recebido pela superfície da Terra.
As mudanças na inclinação do eixo de rotação da Terra é outro fator que pode contribuir para a mudança do clima na Terra. Atualmente a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da órbita é de 23,5º em média, e varia ao longo dos séculos entre 22,1º e 24,5º. Essa inclinação é responsável pela ocorrência das estações do ano. Se não houvesse nenhuma inclinação, o planeta giraria em um plano perpendicular à órbita, os dias e as noites teriam a mesma duração e o clima seria uniforme.
Outro fator que contribui para a mudança no clima, e esse é o que mais nos preocupa, é a ação humana. Como já falei anteriormente, o homem pode destruir em poucos minutos uma montanha que levou milhões de anos para se formar. Em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, várias serras já foram destruídas por causa da busca por recursos minerais. Isso gerou catástrofes ambientais e problemas para o próprio homem. As áreas destruídas, além de gerar a mudança no sistema dos ventos, provocou a extinção de espécies vegetais e animais, os rios mudaram seus cursos, invadindo cidades e áreas agrícolas, dentre outras.
A queima de combustíveis fosseis, associada a queimadas das florestas, têm contribuído para o aumento do dióxido de carbono (CO²) e do metano (CH4), o que poderá provocar um super aquecimento do planeta. Com o aumento da temperatura, as geleiras encontradas nos pólos e no topo das altas montanhas, tenderão a se derreter rapidamente e, conseqüentemente, haverá uma elevação no nível dos mares, acarretando na inundação de cidades litorâneas. Além disso, regiões frias, como o norte da Europa, pode sofrer com o frio, pois as águas quentes vindas da corrente marinha do Golfo (Golf Stream) poderão deixar de chegar nessa parte do globo, assim como as regiões tropicais, que se tornarão mais quentes devido à diminuição das correntes frias vindas dos pólos.
A destruição das matas, principalmente daquelas localizadas próximas aos rios, provocarão o assoreamento dos mesmos e, conseqüentemente, a inundação das áreas ribeirinhas.
Com o aquecimento global, as secas no Nordeste do Brasil, serão mais freqüentes. Em compensação, poderá ocorrer também, um aumento no índice de chuvas. Só que essas chuvas poderão cair na forma de chuvas torrenciais (chuvas intensas em um curto período de tempo), como a que ocorreu em Patos – PB, no ano passado, onde em um só dia caiu quase 300 milímetros de chuva, e as que ocorreram recentemente em Alagoas e Pernambuco. O que mais nos preocupa, é que as pessoas constroem suas casas cada vez mais próxima aos leitos dos rios, e com essas chuvas os prejuízos serão cada vez maiores.
Outro fator que nos preocupa é que, para tentar amenizar os efeitos das secas, agricultores e o poder público, constroem açudes e barragens nos leitos dos rios e riachos. Muitos desses açudes são construídos sem nenhum acompanhamento técnico, e com as chuvas intensas, muitos deles não suportam a pressão das águas e se rompem, provocando as inundações.
O desmatamento deixa o solo desprotegido do impacto das chuvas, e com isso, mais areia vão para os rios, provocando o seu assoreamento. Com o leito do rio assoreado (aterrado), as águas têm que procurar novos caminhos para correrem, e assim provoca o alagamento de novas áreas.
Nós podemos fazer alguma coisa para que não haja chuvas ou secas intensas? Não, mas podemos diminuir os estragos provocados por esses problemas naturais.
Para diminuir o impacto das enchentes, devemos fazer o reflorestamento das áreas ribeirinhas, a dragagem do leito dos rios, construir açudes ou barragens com o acompanhamento de uma pessoa especializada (engenheiro ou técnico em engenharia), evitar construir casas em áreas de riscos (próximo aos rios ou em encostas dos morros), etc.
Para amenizar o efeito das secas, além das cisternas que o Governo Federal, em parceria com os governos estaduais e municipais estão construindo, a solução mais ideal seria a construção de barragens submersas, que é a barragem construída no subsolo. O Nordeste, é uma área em que as temperaturas diárias são intensas, e essas temperaturas contribuem para que haja uma grande evaporação das águas. Com as barragens submersas, a perda de água para o ambiente seria quase nula, e assim teríamos um melhor aproveitamento das águas das chuvas, além dessas barragens terem um menor custo na sua construção.
O futuro do nosso planeta é incerto, porém, nós podemos fazer com que a nossa geração e a geração futura possa usufruir dessa maravilha que é a natureza.
Marciano Dantas de Medeiros, é licenciado em Geografia pela UFRN e professor da rede privada em Natal – RN.

Pesquisar este blog

BLOG DO TOTINHA - HUMILDADE SEMPRE